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Transgênicos

Qual o problema dos transgênicos para o meio ambiente?


Entre os principais problemas ambientais relacionados aos transgênicos está a contaminação genética, que acontece quando plantas transgênicas cruzam com plantas convencionais e se sobrepõem, causando uma perda da diversidade genética da espécie. Isso já aconteceu com o milho no México, por exemplo. Variedades que vinham sendo melhoradas há séculos pelos agricultores foram perdidas quando tiveram contato com o milho transgênico. Além disso, os OGM também podem aumentar o uso de agrotóxicos. A soja da Monsanto, por exemplo, foi feita para ser resistente a um único pesticida. Após alguns anos usando sempre o mesmo produto, o agricultor começa a ter problemas para matar as ervas daninhas, que passam a ficar mais fortes e resistentes. Para acabar com esse problema, ele é obrigado a aplicar o veneno mais vezes e em quantidades cada vez maiores. E isso significa que mais agrotóxico será depositado no solo e na água ao redor da lavoura.


Os transgênicos fazem mal à saúde?


Até hoje, ninguém conseguiu provar que os transgênicos são seguros para o ser humano. Mas o aumento do uso de agrotóxicos não é um bom sinal, pois significa maior quantidade de resíduo de veneno indo para o seu prato. Prova disso é que quando o governo brasileiro autorizou a soja transgênica no país, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) teve que aumentar em 50 vezes a quantidade permitida de resíduo de agrotóxico na soja. Ou seja: ao comer a soja transgênica, os brasileiros estão comendo pelo menos 50 vezes mais veneno. Os poucos estudos sobre os efeitos dos transgênicos na saúde humana indicam que há possibilidade de aumento de alergias, aumento da resistência a tratamentos com antibióticos e alterações de peso em fígados e rins de cobaias. No entanto, nenhum estudo até hoje foi conclusivo. E é justamente por isso que devemos ter cuidado dobrado: como não existem informações suficientes sobre a segurança dos transgênicos para os seres humanos, consumi-los significa correr um risco desnecessário.


Os transgênicos dispensam o uso de agrotóxico?


Não, nem um pouco. Pelo contrário, no médio e longo prazo, o uso de agrotóxico aumenta. Uma avaliação feita nos Estados Unidos durante os oito primeiros anos de cultivo de transgênicos no país revelou que houve uma redução no uso de agrotóxicos inicialmente (nos 3 primeiros anos), mas a partir do sexto ano, a quantidade aumentou significativamente. Isso aconteceu devido ao surgimento das ‘super-pragas’. É o que acontece quando se usa um antibiótico durante muito tempo para combater uma doença. No início, o efeito é bom, mas com o tempo o organismo adquire resistência e devemos aumentar as doses. Um dia o antibiótico pára de fazer efeito e é preciso mudar de produto. Com o agrotóxico, é a mesma coisa. O agricultor pode aplica-lo algumas vezes e ter resultado. Porém, após repetidas aplicações da mesma substância, começam a aparecer ervas daninhas que resistem àquela agrotóxico. Aí, ele é obrigado a aplicar outras substâncias, mais vezes e em quantidades maiores.


Os transgênicos produzem mais? São mais baratos?


Não, pelo contrário. No Rio Grande do Sul, por exemplo, que produz soja transgênica há quase dez anos, a produtividade tem sido menor do que no Paraná, que cultiva majoritariamente soja não-transgênica. Os transgênicos também não são mais baratos. Em 2007, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) divulgou nota informando que os agricultores que plantaram soja transgênica tiveram mais custos do que os que optaram pela soja convencional. Isso porque o glifosato, agrotóxico usado na soja transgênica, teve um aumento de 50% em seu preço, levando os custos de produção de soja transgênica para as alturas.